O
Sindicato das Empregadas Domésticas do Rio de Janeiro entrou na Justiça
com ação civil pública, por danos morais, contra a Rede Globo em função
dos versos da música “Vida de Empreguete”.
Segundo Anastácia Oleari, presidente do SED-RJ, “o neologismo
‘empreguete’ aniquila a importância social de nosso trabalho ainda nos
expõem a trocadilhos infames que arranham a imagem da mulher enquanto
ser pensante no contexto de uma sociedade pós-estruturalista”.
Diversas domésticas acionaram o sindicato reclamando da rotina vazia que
a música resume a vida das auxiliares de serviços domésticos. A
doméstica Karla Teresinha Nogueira, 19 anos e moradora de Vigário Geral
se revoltou com o verso “quando volto do serviço quero meu sofá”. Karla
afirma que a rima ficou pobre e distante da realidade das domésticas
cariocas. Segundo ela ficaria mais apropriado: “quando volto do serviço
leio Neruda para relaxar”.
A doméstica Fernanda Falcão tem 23 anos e é moradora da comunidade de
Engenho de Dentro. Trabalha com afazeres domésticos desde os 12 anos e
hoje é mãe de duas filhas gêmeas de 10 anos. O foco de suas críticas
estão mais focalizadas. Segundo Fernanda “o campo fonético do verbete
‘empreguete’ abre caminho para rimas pobres como ‘periguete’ e a
designação vulgar do sexo oral. Que prefiro nem citar o nome…”
As domésticas pedem uma indenização de R$ 35 milhões ou a criação de uma
nova letra para a música, desta vez composta por um pool de
compositores indicados pela diretoria de cultura do sindicato. Os
compositores relacionados pelo SED-RJ são Lenine, Marcelo Jeneci,
Leandro Lehart, Vander Lee, Alexandre Pires, Michael Sullivan e Paulo
Massadas.
Para Carmem Lucia Filgueiras, diretora cultural do sindicato “este pool
de artistas representa o mosaico das identidades culturais brasileiras, e
por isso teriam autoridade artística e moral para destilar poeticamente
nossa rotina.Fonte:Jornal do dia.
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