sábado, 2 de junho de 2012

CONFERÊNCIA DA UNALE DEBATE DESAFIOS DA COPA DE 2014


Os desafios e oportunidades da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016, que serão sediadas no Brasil, foi o tema da palestra de encerramento da XVI Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais. O evento, encerrado ontem no Centro de Convenções de Natal..
Júnior SantosRicardo Motta destaca importância do debate sobre oportunidades que serão criadas com a CopaRicardo Motta destaca importância do debate sobre oportunidades que serão criadas com a Copa

Apesar dos jogos olímpicos e do Mundial de futebol terem sido assuntos debatidos ao longo da Conferência, o tema escolhido para este ano foi: "Matriz Energética e Alternativas para o Futuro". O Rio Grande do Norte é atualmente o estado campeão em potencial de energia eólica e líder na apresentação de projetos de parques eólicos para o próximo leilão de concessão de produção autorizado pelo Ministério de Minas e Energia.

Além do ciclo de debates em torno de assuntos de interesse da maioria dos estados brasileiros, o evento teve como objetivo envolver os parlamentos estaduais com temas importantes no intuito de ampliar a área de conhecimento e adequar os procedimentos legislativos. Para o atual ex-presidente da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), o deputado estadual pelo Acre, José Luis Tchê, a Conferência foi "extremamente importante para o desenvolvimento das Assembleias Legislativas".

A Conferência realizada em Natal contou com a participação de 1.685 inscritos, dos quais 381 são deputados estaduais, alguns deles presidentes das Assembleias Legislativas dos seus estados. "Nós discutimos, dentre vários outros temas, o fortalecimento do legislativo, que é de extrema necessidade e importância. Repito que precisamos, também, fortalecer o legislativo. Nós somos o sustentáculo da democracia", comentou o deputado Luis Tchê. Dentre os demais assuntos debatidos dentre a quarta-feira passada e ontem, estiveram o Código Florestal Brasileiro, as dívidas dos Estados com a União e, claro, o tema central da Conferência, o potencial energético das unidades federativas.

De acordo com levantamento da Unale, os estados brasileiros devem à União cerca de R$ 433 bilhões. O Rio Grande do Norte, conforme esclareceu o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Motta, deve aproximadamente R$ 1,5 milhão. "É uma conta impagável", declarou Motta. Como forma de fortalecimento do legislativo em nível nacional, o presidente da Assembleia potiguar destacou que é preciso criar novas modalidade de captação de recursos para serem incluídas no Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Para o deputado estadual Gustavo Carvalho, o evento realizado em Natal trouxe consigo diversas oportunidades de desenvolvimento também para Natal. "O turismo, nestes últimos dias, foi agraciado com a presença de pessoas de diversas cidades brasileiras, que consumiram produtos e deixaram divisas na cidade", ressaltou o parlamentar. Ao final da palestra de ontem, o deputado Ricardo Motta, presidente da Assembleia Legislativa potiguar, ouviu elogios.

"De todos as conferências, esta foi a mais pujante em todos os sentidos. Tivemos um alto índice de participação e muita qualidade nas palestras com o nível de conhecimento dos palestrantes escolhidos", destacou Ricardo Motta.

Experiência da África alerta para pontos críticos

Infraestrutura, segurança e os planos operacionais foram os pontos críticos da Copa de 2010, na África do Sul. O tema foi discutido durante a última mesa redonda da 16ª Conferência Anual da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), que encerrou o evento ontem no Centro de Convenções. Na ocasião, o consultor da Copa do Mundo de 2010, Henry Grimbeek e o diretor de infraestrutura da cidade de Pretória, na África do Sul, Pieter Cloete destacaram as dificuldades nas diferentes fases do projeto na África, além das soluções encontradas e os desafios atuais.

Segundo Pieter, as questões relacionadas à infraestrutura das cidades e os prazos para o término dos estádios são os assuntos que requerem atenção especial dos organizadores do Mundial. Para Henry, dentro de dois anos é possível concluir todas as obras. No entanto, é preciso um esforço excepcional. "Nos dois anos que antecederam as Copas na Coréia, na Alemanha e na África do Sul, existia a dúvida sobre a conclusão dos estádios. É um padrão que parece se repetir. Creio que com um esforço é possível concluir tudo em dois anos", afirmou.

O consultor da Copa destacou que as cidades-sede precisam estabelecer os objetivos do evento. "Em Johanesburgo, a meta era desenvolver os portos da cidade e receber os investimentos financeiros para as obras de infraestrutura. Tivemos bons resultados com relação ao transporte e à infraestrutura. É preciso planejar o legado", afirmou. Por outro lado, a cidade enfrentou dificuldades com relação ao número de turistas estrangeiros. "O que a FIFA projetou foi maior que o previsto", relembrou. Outro problema na Copa da África, segundo Henry foram os chamados "elefantes brancos". "Construímos grandes estádios para impressionar, mas não temos times para jogar neles agora. São subutilizados", lamentou.

O diretor de infraestrutura da cidade de Pretória, Pieter Cloete apresentou uma solução para este tipo de problema. Segundo ele, os órgãos responsáveis pela administração dos estádios devem negociar, desde agora, com os times locais e de fora para realizar jogos após a Copa. "É preciso saber se existem times que possam ser base de suporte. Essa negociação deve ser feita agora", afirmou Pieter. Outra saída é a utilização dos estádios para outros tipos de eventos, não apenas os esportivos.

Lucratividade

"A FIFA espera que esta seja a Copa do Mundo com maior lucratividade". A informação é do relator da Lei Geral da Copa de 2014, o deputado federal Vicente Cândido da Silva (SP). Segundo o parlamentar, a expectativa é que sejam movimentados cerca de US$ 3,5 milhões no Brasil, durante o evento. Em sua participação na mesa redonda da Conferência, o deputado falou sobre a construção da lei, as modificações que ela sofreu ao longo de sua confecção e os conflitos jurídicos enfrentados, tendo em vista que em alguns estados e capitais existem leis locais. Entre os pontos apresentados pelo relator sobre a Lei da Copa, está a proteção das marcas da FIFA. Segundo Vicente Cândido, uma das preocupações da Federação são as fronteiras abertas do Brasil. "Não é difícil imaginar que pode entrar no país um caminhão com mil camisas de uma marca concorrente da FIFA. Segundo a Lei, as marcas ficam protegidas dentro de um raio de até dois quilômetros com relação ao estádio", lembrou. Fonte: Tribuna do Norte.

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