Além de atrasar os salários de parte do funcionalismo, a Prefeitura
do Natal vive uma situação de caos na educação. Com diversas contas
bloqueadas por ordem judicial, a Secretaria Municipal de Educação perdeu
a capacidade de manter em funcionamento programas, projetos, ações,
escolas e até Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs),
prejudicando as crianças da rede de ensino e, consequentemente, suas
famílias.
A situação afeta também professores e servidores, que estão sem
receber os seus devidos salários. Com o bloqueio dos recursos do Fundeb,
são 3.884 profissionais da rede municipal que ficarão sem receber
remuneração. Além dos salários do pessoal do magistério, o programa
também é destinado à aquisição e manutenção de bens e serviços,
aperfeiçoamento dos profissionais da educação, aquisição de material
didático e transporte escolar, todos voltados exclusivamente para a
educação básica.
O programa Projovem Urbano é outro atingido pelas medidas judiciais.
Cerca de 600 alunos – na faixa etária de 18 a 29 anos - ficaram sem
atendimento, privados de ações com vistas à elevação da escolaridade,
qualificação profissional, inclusão digital e inserção no mercado de
trabalho.
Na
rede municipal de ensino, são 55.963 alunos sem a merenda escolar
diária, porque também foram bloqueados recursos do Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE). No caso dos quatro CMEIs, 155 alunos estão
sendo prejudicados e há risco de paralisação no atendimento por falta de
recursos. Os CMEIs são beneficiados pelo Programa Dinheiro Direto na
Escola.
Também são destinados aos CMEIs recursos do programa Proinfância,
responsável pela construção e aquisição de equipamentos e mobiliários
para creches e pré-escolas. O bloqueio de R$ 1,461 milhão desse programa
provocou a paralisação na construção de seis novos CMEIs, prejudicando
ainda mais a população.
Os alunos da rede básica de ensino são ainda penalizados com a
indisponibilidade dos recursos do programa Salário Educação, responsável
em Natal pelo aluguel de 60 ônibus, que transportam diariamente 3.200
estudantes para suas escolas. A cada dia, milhares de crianças ficam sem
meios para o deslocamento.
“Solicitamos à Procuradoria Geral do Município que busque os meios
para conseguir o desbloqueio dessas contas, pois não se pode fazer isso
com recursos federais”, informou o secretário de Educação, Walter
Fonseca. Ele adiantou que também pediu a intermediação do Ministério
Público Estadual na solução do problema, visto que o bloqueio foi
solicitado pela promotora de Meio Ambiente Gilka da Mata.
RECURSOS BLOQUEADOS
Valores transferidos para conta judicial – TJ/RN:
Salário Educação – R$ 1.482.788,55
Fundeb – R$ 66.216,56
Projovem Urbano – R$ 2.148.305,45
Valor depositado em conta judicial – TJ/RN:
Proinfância – R$ 1.461.681,33
Valores bloqueados pela Justiça Federal:
Salário Educação – R$ 28.761,99
Fundeb – R$ 2.523.172,03
Projovem Urbano – R$ 471.546,41
PNAE – R$ 3.125.087,96
PDDE – R$ 6.367,04
Proinfância – R$ 360.150,20.
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