O cardeal Dom Eugênio Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro e um
dos nomes mais proeminentes da Igreja Católica no Brasil, morreu na
noite desta segunda-feira, na capital carioca. Ele tinha 91 anos.
Segundo a assessoria da Arquidiocese do Rio de Janeiro, ele estava em
casa, na Estrada do Sumaré, zona norte da cidade, e morreu de infarto.
O velório será nesta terça-feira, na Catedral Metropolitana de São
Sebastião, no centro do Rio. O sepultamento ainda não está confirmado,
mas deve ocorrer na quarta-feira, após o irmão de Dom Eugênio, Dom
Heitor Sales, voltar de uma viagem à Europa.
De perfil conservador e defensor da ortodoxia católica, Dom Eugênio
combateu doutrinas esquerdistas na Igreja, como a Teologia da
Libertação. Ao mesmo tempo, ajudou a salvar a vida de mais de 5.000
perseguidos políticos – entre brasileiros, argentinos, chilenos e
uruguaios – das ditaduras militares do Cone Sul entre 1976 e 1982. Da
mesma forma, denunciou a tortura de presos comuns e se recusou a receber
honrarias dos generais no poder.
Nascido em Acari, no Rio Grande do Norte, em 8 de novembro de 1920, Dom
Eugênio foi nomeado arcebispo de Salvador e primaz do Brasil em 1968.
Nessa época, foi um dos criadores das Comunidades Eclesiais de Base
(CEBs ) e da Campanha da Fraternidade. Três anos depois, se tornou
arcebispo do Rio de Janeiro, função que exerceu até 2001, quando foi
substituído por Dom Eusébio Scheid.
Em nota divulgada nesta madrugada de terça-feira, o governador do Rio,
Sérgio Cabral, lamentou a morte de Dom Eugênio e decretou luto oficial
de três dias no estado. "Dom Eugênio Sales era amado pelo povo do Rio de
Janeiro. Nas últimas décadas, a sua liderança religiosa foi a mais
importante do nosso estado. Vamos decretar três dias de luto", afirmou
Cabral.
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